A reposição de água é fundamental para a operação das torres de resfriamento. Entenda como funciona, os riscos e como otimizar o processo.
A reposição de água em torres de resfriamento é um processo essencial para garantir a operação e a durabilidade do sistema. Embora seja natural haver perdas de água durante a operação, compreender quais fatores influenciam essas perdas e como reduzi-las pode gerar ganhos significativos em economia e sustentabilidade.
Neste artigo, explicamos as principais causas da perda de água na torre e como é possível agir sobre elas.

Por que a torre perde água
As perdas de água em uma torre de resfriamento ocorrem principalmente por três motivos:
- Evaporação – é a perda necessária para que ocorra o resfriamento da água.
- Purga (ou blowdown) – é a drenagem de parte da água concentrada com sais e contaminantes. Essa substituição por água mais limpa mantém os níveis de impurezas sob controle, evitando incrustações, corrosão e entupimentos.
- Perdas mecânicas – englobam arraste de gotículas, respingos e pequenos vazamentos. Embora representem menor volume, podem causar umidade excessiva no entorno da torre.
Dentre elas, as maiores perdas são por evaporação e purga. Enquanto as perdas mecânicas somadas chegam a alguns litros por hora, as duas primeiras podem representar vários metros cúbicos de água por hora, dependendo da operação.

Evaporação e purga: o que influencia cada uma
A evaporação depende principalmente da umidade relativa do ar: quanto mais seco o ambiente, maior a taxa de evaporação. Já a purga é diretamente relacionada ao ciclo de concentração (cc), que representa a relação entre a concentração de sólidos dissolvidos na água circulante e na água de reposição.
Quando o ciclo de concentração é baixo, há maior necessidade de purga para evitar acúmulo de contaminantes. Por outro lado, ciclos mais altos reduzem o consumo de água, mas exigem controle rigoroso da qualidade e do tratamento químico.
Nos períodos mais secos do dia, a taxa de evaporação pode aumentar até 38% em comparação a condições de umidade média (75%). Como a purga está ligada à evaporação, também tende a aumentar proporcionalmente.

O que pode ser controlado (e o que não pode)
As perdas por evaporação são inevitáveis — fazem parte do processo de resfriamento. No entanto, a purga e a qualidade da água podem (e devem) ser controladas.
- Qualidade da água de reposição: quanto melhor a qualidade da água fornecida, menor será a purga necessária.
- Contaminações adicionais: poeira, resíduos industriais, insetos e até lubrificantes podem degradar a qualidade da água circulante. É possível reduzir esses impactos com ações simples, como:
- pavimentar e limpar a área ao redor da torre,
- instalar telas protetoras na entrada de ar,
- afastar descargas de materiais e tráfego intenso.
- Tratamento químico: é um dos fatores mais importantes. Ele permite corrigir pH, controlar corrosão, evitar incrustações, dispersar óleos e prevenir a proliferação de micro-organismos — prolongando a vida útil do sistema e reduzindo paradas não programadas.
Eficiência operacional e boas práticas
Operar a torre dentro das vazões e parâmetros de projeto é a melhor forma de preservar a eficiência térmica e evitar desperdícios. Ajustes de válvulas ou alterações de vazão podem modificar o “range” (diferença entre as temperaturas da água quente e fria), mas não reduzem significativamente as perdas por evaporação.
A eficiência real depende do equilíbrio entre temperatura, fluxo e concentração de sólidos, fatores definidos no projeto original da torre. Por isso, é fundamental manter monitoramento contínuo, inspeções periódicas e manutenção preventiva.

Conclusão
A reposição de água na torre de resfriamento não é apenas uma questão operacional, mas um indicador direto de eficiência operacional e qualidade do sistema.
Compreender os fatores que afetam a evaporação e a purga, investir em tratamento químico adequado e adotar boas práticas de manutenção são passos essenciais para reduzir custos e preservar recursos hídricos, sem comprometer a performance térmica da torre.
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